11/04/09

A 1ª Saída do REX


Poderá parecer estranho que tendo comprado a minha Hanomag em Agosto só no dia 21 de Fevereiro, seis meses depois, tenha finalmente levado a máquina para a estrada com uma pequena incursão na terra. Pois, mas primeiro foi a carta de condução de pesados, que não tinha, a inspecção que estava em falta desde agosto de 2008, e a necessidade de arranjar um seguro em conta. A carta seguiu a penosa tramitação destes assuntos no nosso burgo, e embora consciente de que os meus conhecimentos de mecânica até nem eram assim tão maus, passei à primeira mas com os dois erros possiveis no exame teórico. Já a prática foi impecável muito embora a "senhora engenheira" inspectora me tivesse dado uma "rabecada" por não ter respeitado uma prioridade (?) o que francamente penso só existiu na sua cabeça. Bem, não foi surpresa pois o meu instructor já me tinha prevenido que "com elas" é melhor cumprir "a dobrar". Fica aqui um louvor ao meu instructor de mecânica, rapaz (!) da Carris a terminar a sua licenciatura em direito que foi exemplar pela competência e dedicação.
Da aventura da inspecção já aqui dei conta.
Resta deixar a informação relativa ao seguro obrigatório que consegui através de uma eficiente mediadora de Leiria, a "Vitorinos mediação de Seguros, Lda" que vivamente recomendo aos autocaravanistas pois têm um excellente protocolo com a Cia de Seguros SAGRES que lhes permite preços muito concurenciais numa apólice interessante. http://www.vitorinos.pt/

Agora o que interessa: a viagem (!) em si:

Partimos de Lisboa com alguma preocupação e em marcha francamente comedida. Quando a sensação de receio se começou a dissipar, os travões travavam, as passagens de caixa (sempre com dupla) até nem arranhavam, e a temperatura do motor estava estabilizada nos 80 graus, já estávamos na A2 a caminho do Meco. Claro que não passámos dos 60 pois a sensação de guiar um camião com quarenta anos difere bastante da que temos ao volante de uma máquina actual, e a segurança é, na minha idade, uma das preocupações latentes. No entanto, chegámos ao Meco em 45 mn, 15 mn apenas mais dos que habitualmente levamos nessa deslocação. Uma primeira pequena paragem no bar da praia para arrefecer a excitação e fomos dar uma pequena volta na terra. A sensação de estar a 1,50 mts do chão transforma o menor declive em rampa acentuada e qualquer inclinação lateral mais pronunciada em aventura de perigosa aparência.

O REX riu-se dos pequenos obstáculos e as iniciais dúvidas foram-se transformando em intenso prazer até para o junior que não entendia muito bem o que se estava a passar.

Mais uma paragem para refrescar a goela e regressámos a casa bastante mais tranquilos e quase com a sensação de sempre termos guiado assim.
Claro que o mais relevante é a noção de que estamos noutro tempo, numa época em que as coisas tinham um ritmo mais próximo da vida, e em que a mais pequena viagem se transforma num tempo de exploração e percepção acentuada de que as nossas técnicas actuais nos afastam.


Resumindo: gostámos e ficámos desejosos do dia em que finalmente partiremos, sem tempo nem hora de chegada, absorvendo o que nos rodeia graças ao ritmo que o REX nos proporciona.

4 comentários:

LOBO disse...

Viva,

Fiquei atónito com este blog!
A ousadia, o desplante, o…,o…, sei lá! Nem parece coisa de Tuga. Imagine-se, comprar um HANOMAG 4x4 e encetar uma autêntica aventura até Goa com a família!!??

Meu deus, como me estou a roer de inveja!

Boa Sorte

Lobo

P.s. decididamente, vou estar atento ao desenrolar desta tresloucada aventura.

LOBO disse...

Então, este projecto encalhou?

Danuel disse...

Viva!

Fiquei encantado :)

Nunca vi uma uma Hanomag ao vivo e a ser transformada por português :D

Convido-a e ao REX a passear pela grande tribo.

tribodasestrelas.org

Saudações Estrelares

Rik Y Rishi disse...

Oi Lobo e Sovisto. Ficam aqui publicas as minhas desculpas pela ausencia de resposta aos vossos comentários e"dúvidas". Não, o projecto não encalhou mas tem sofrido algumas vicissitudes e muito embora até tenha feito um post com a possivel venda da minha Hanomag (que tenho tentado substituir por algo mais "civilizado"), o facto é que não me parece ser capaz de me separar pelo que ultimamente tenho andado às voltas relativamente ao "como" viabilizar este projecto adaptando-o à minha catual realidae: "reformado" de 59 anos com companheira jovem (38) e dois filhos (2,5 anos e 8 meses). Se por aqui passarem hão-de dar conta dos "andamentos" pois espero retomar em breve estas crónicas... Desde já, os meus agradecimentos e as minhas desculpas.